O que é tarifa transacional e qual sua importância nos serviços bancários

Numa economia cada vez mais digital e instantânea, operações bancárias que antes levavam horas ou dias agora são concluídas em segundos. Transferências eletrônicas, pagamentos de contas e compras online tornaram-se parte do cotidiano, realizadas com poucos toques na tela do celular. Por trás dessa praticidade, existe o conceito de tarifa transacional, isto é, uma taxa cobrada a cada movimentação financeira realizada no sistema bancário.

Essas tarifas sempre fizeram parte dos serviços bancários, especialmente no Brasil, onde historicamente operações como TED, DOC (formas de transferência entre bancos) e a emissão de boletos bancários envolvem cobranças específicas. Com o advento de novas tecnologias – em especial o Pix, sistema de pagamentos instantâneos – o cenário vem mudando rapidamente.

O que é tarifa transacional?

Tarifa transacional é o valor cobrado por instituições financeiras, bancos ou plataformas de pagamento a cada operação financeira realizada. Em outras palavras, é a taxa paga por movimentações como transferências de dinheiro, pagamentos de contas (boletos), saques em caixas eletrônicos ou compras com cartão. Trata-se da “comissão” que remunera quem viabiliza a transação. Por exemplo, ao fazer uma transferência TED ou DOC, o banco do remetente pode cobrar uma tarifa pela operação.

Da mesma forma, ao emitir um boleto bancário para um cliente pagar, a empresa ou banco emissor costuma cobrar uma taxa por esse serviço. Até mesmo ao usar máquinas de cartão de crédito/débito, o comerciante paga um percentual sobre cada venda realizada – essa porcentagem nada mais é do que uma tarifa transacional embutida no processo.

É importante notar que tais tarifas não são impostos governamentais, mas sim cobranças de mercado feitas pelas instituições que intermediam o pagamento. Inclusive, não existe nenhuma “tarifa transacional federal” – se alguém mencionar esse termo, desconfie, pois é provável que se trate de uma tentativa de golpe.

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Por que existem e qual a importância dessas tarifas

As tarifas transacionais existem para viabilizar e sustentar a infraestrutura por trás dos serviços bancários e de pagamentos. Por mais simples que pareça uma transferência ou um pagamento, nos bastidores há uma série de processos tecnológicos e de segurança em ação – validação de dados, sistemas antifraude, comunicação entre diferentes bancos, processamento em servidores, entre outros.

Cada etapa envolve custos com tecnologia, pessoal e manutenção. A tarifa transacional, portanto, funciona como o “custo embutido” para que toda essa engrenagem opere de forma fluida e segura. Em essência, ela remunera os serviços que garantem que o dinheiro saia de uma conta e chegue a outra com rapidez e proteção contra fraudes.

Do ponto de vista dos bancos e instituições financeiras, essas tarifas representam uma fonte importante de receita. Elas ajudam a cobrir os gastos operacionais de milhões de transações diárias e financiam melhorias em sistemas bancários. Sem essa remuneração por uso, os bancos talvez cobrassem mais em outras frentes (como mensalidades de conta ou anuidades de cartão) para manter a sustentabilidade financeira.

Já do ponto de vista dos clientes (pessoas ou empresas), as tarifas transacionais são um fator a ser considerado no uso dos serviços bancários. Elas têm impacto direto no custo de se movimentar dinheiro. Tarifas muito altas podem desencorajar pequenos pagamentos ou transferências – antes do Pix, por exemplo, muitos evitavam transferir pequenas quantias porque a taxa não compensava o valor enviado.

Tarifas nas operações tradicionais: TED, DOC e boleto

No Brasil, durante muito tempo, operações bancárias tradicionais implicavam custos transacionais bem definidos. As transferências interbancárias via DOC (Documento de Ordem de Crédito) e TED (Transferência Eletrônica Disponível) são exemplos claros.

Cada vez que um correntista enviava dinheiro de seu banco para outro, era comum pagar uma tarifa por essa transferência. Os valores variavam conforme o banco e o canal utilizado: transferir pelo internet banking ou caixa eletrônico custava em média entre R$ 9 e R$ 13 nos principais bancos, enquanto fazer o mesmo atendimento no guichê da agência podia sair mais caro – na faixa de R$ 18 a R$ 22 por operação.

Muitos clientes driblavam esse custo aderindo a pacotes de serviços que davam direito a um número mensal de TED/DOC “gratuitos” (inclusos no valor da cesta mensal), ou migrando para bancos digitais sem tarifa.

Outro pilar das operações tradicionais é o boleto bancário, amplamente utilizado por empresas para cobranças de clientes. Emitir um boleto gera custo: a instituição que registra e processa o boleto cobra do emissor uma tarifa por documento emitido ou liquidado.

Assim, se uma empresa gera 100 boletos por mês para vender seus produtos, ela provavelmente pagará uma taxa por cada um ao seu banco ou à fintech que oferece a emissão. Esse valor pode ser fixo (por exemplo, alguns reais por boleto pago) ou variar conforme acordos comerciais.

Para o consumidor que paga o boleto, geralmente não há cobrança direta de tarifa se ele o fizer dentro do próprio banco (ou via internet banking); porém, caso opte por pagar em espécie em determinada lotérica ou banco onde não tem conta, pode haver uma pequena taxa de serviço.

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Impacto para pessoas físicas e para empresas

Para pessoas físicas

Para os clientes pessoas físicas, as tarifas transacionais sempre influenciaram o modo de usar os serviços bancários. No passado, era comum o correntista planejar suas transferências e pagamentos para minimizar custos – muitos deixavam de fazer um DOC/TED pequeno para não “gastar” R$ 10 ou esperavam acumular contas a pagar de uma vez só.

Com a modernização e especialmente com a chegada do Pix gratuito, os indivíduos ganharam enorme liberdade financeira: hoje é possível transferir R$ 5 para um amigo ou pagar por um produto de R$ 10 via Pix sem nenhuma tarifa, algo impensável na era do DOC/TED.

Essa mudança aumentou a inclusão financeira, permitindo que mesmo transações de baixo valor migrassem para os canais formais. Em termos práticos, pessoas físicas agora podem manter contas em bancos (tradicionais ou digitais) sem pagar quase nada por serviços básicos, desde que usem inteligentemente as opções disponíveis.

Muitas fintechs e bancos digitais oferecem contas sem tarifa, nas quais TEDs ou mesmo boletos são gratuitos ou ilimitados. Além disso, o próprio Banco Central obriga que todos os bancos disponibilizem um pacote essencial de serviços sem cobrança (que inclui alguns extratos, 4 saques e 2 transferências por mês, entre outros). Ou seja, com um pouco de planejamento, o consumidor pessoa física pode praticamente eliminar os gastos com tarifas bancárias desnecessárias.

Para empresas

No caso das empresas – sejam pequenos empreendedores ou grandes corporações – as tarifas transacionais têm um impacto direto nos custos operacionais e na estratégia financeira. Cada venda realizada no cartão de crédito, por exemplo, gera uma taxa para a adquirente (operadora da maquininha) que o comerciante precisa absorver.

No e-commerce ou nas vendas físicas, isso significa que parte do preço pago pelo cliente é consumido pelas tarifas de transação do meio de pagamento escolhido. Estudos mostram que, no Brasil, as taxas por transação costumam variar numa média de 1,4% a 4,8% do valor dependendo do método de pagamento utilizado.

Cartões de crédito parcelados, por envolverem mais risco e demora no recebimento, tendem ao topo dessa faixa, enquanto pagamentos à vista ou via Pix ficam no patamar inferior. Falando em Pix, muitas empresas aderiram a esse meio pelo apelo de rapidez e conveniência, mas encontraram um novo modelo de tarifa: apesar de muito menores que as taxas de cartão, os Pix para empresas não são totalmente gratuitos e, em volume alto, geram despesas significativas. Um relatório do Banco Central em 2022 apontou que 99% das pessoas físicas não pagam tarifas pelo uso do Pix, mas mais de 60% das empresas já enfrentam alguma forma de cobrança”.

Concluir uma análise sobre tarifas transacionais é reconhecer que, embora muitas vezes invisíveis no dia a dia, essas tarifas são parte fundamental da engrenagem financeira moderna. Elas representam “o custo da conveniência, da segurança e da infraestrutura” que permite pagamentos ágeis e confiáveis no sistema bancário. Para os bancos e prestadores de serviço, viabilizam a continuidade dos negócios e os investimentos em inovação.

Para os usuários – pessoas físicas e empresas – compreender e gerenciar essas tarifas é crucial para tomar decisões financeiras inteligentes. Nos últimos anos, vimos uma tendência de redução de custos para o consumidor final (com o Pix gratuito e a competição entre fintechs), mas não o fim das tarifas: elas se adaptaram, deslocando-se em grande parte para as operações comerciais e serviços de valor agregado.

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