No mercado financeiro brasileiro, é comum encontrar diversos tipos de instituições que atuam como intermediárias entre os investidores e as oportunidades de investimento. Uma dessas instituições é a DTVM, que embora menos conhecida pelo público em geral do que bancos ou corretoras tradicionais, desempenha um papel fundamental na negociação de títulos e valores mobiliários – conectando poupadores a emissores de investimentos de forma segura e eficiente. Nesse contexto, destaca-se a Vórtx, uma fintech brasileira que opera como DTVM e que vem inovando na prestação de serviços de infraestrutura para o mercado financeiro e de capitais. Ao longo deste texto, vamos entender melhor o que é uma DTVM e examinar como funciona a atuação da Vórtx no mercado financeiro, evidenciando seu modelo de negócio e importância para investidores e empresas.
O que é DTVM?
Para começar, é importante definir o conceito de DTVM. A sigla significa Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários, que é uma instituição financeira autorizada a intermediar negociações no mercado de capitais. Em termos simples, uma DTVM atua como ntermediária entre os investidores e os emissores de títulos, facilitando a compra e venda de ativos financeiros. Como explica o glossário do portal Mais Retorno, empresas que atuam nos mercados financeiro e de capitais e no mercado cambial intermediando a negociação de títulos e valores mobiliários entre investidores e tomadores de recursos”. As DTVMs fazem parte do Sistema Financeiro Nacional e precisam de autorização do Banco Central do Brasil (BCB) e da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para funcionarem legalmente. Essa regulamentação impõe normas rígidas de funcionamento, promovendo segurança e confiabilidade para os investidores e o mercado.
Uma DTVM está apta a oferecer uma variedade de produtos financeiros aos seus clientes, incluindo ações, títulos de renda fixa públicos ou privados, cotas de fundos de investimento e outros instrumentos. Além de distribuir esses ativos, suas funções podem englobar diversas atividades relacionadas. Por exemplo, é comum que uma DTVM execute ordens de compra e venda de títulos, realize a custódia e administração de carteiras de investimento, atue como agente fiduciário – zelando pelos direitos dos investidores em emissões de dívida – e participe da estruturação e gestão de fundos de investimento, entre outras atribuições definidas nas normas. Historicamente, no Brasil havia uma diferenciação clara entre corretoras (CTVM, ou Corretora de Títulos e Valores Mobiliários) e distribuidoras (DTVM). Essa distinção residia principalmente no fato de que somente as corretoras podiam operar no mercado de ações (bolsa de valores), enquanto as distribuidoras atuavam apenas na distribuição de outros títulos. Contudo, desde 2009, o Banco Central e a CVM expandiram as permissões de atuação das DTVMs, permitindo que elas também operassem na bolsa de valores.
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A atuação da Vórtx no mercado financeiro
Infraestrutura e serviços oferecidos pela Vórtx
A Vórtx é um exemplo notável de DTVM que alia as funções tradicionais de uma distribuidora a uma abordagem inovadora de tecnologia financeira. Fundada em 2015, a Vórtx se posiciona como uma fintech de infraestrutura para o mercado financeiro e de capitais, voltada a oferecer soluções de backoffice e serviços fiduciários com alto grau de tecnologia e automação. Diferentemente de uma corretora voltada ao varejo, cujo foco é muitas vezes a intermediação de compra e venda de ações por investidores individuais, a Vórtx concentra sua atuação nos bastidores das operações financeiras, garantindo que toda a estrutura necessária para viabilizar investimentos ocorra de forma segura, ágil e transparente. Conforme destaca a própria empresa, seu foco principal está na ponta final das operações, ou seja, nos investidores, proporcionando a eles “segurança diferenciada, em especial no que se refere ao monitoramento e divulgação das informações relevantes”.
Para viabilizar esse modelo de negócio, a Vórtx obteve ao longo de sua trajetória diversas autorizações regulatórias que a habilitam a prestar uma gama ampla de serviços financeiros. Além de funcionar como DTVM, a empresa é também administradora de fundos de investimento, custodiante de ativos, escrituradora (responsável pelo registro e controle de emissões de títulos e cotas) e agente fiduciário, de acordo com informações divulgadas pelo mercado. Com essas habilitações, a Vórtx pode, por exemplo, exercer o papel de administradora e zeladora de fundos de investimento (cuidando da contabilidade, compliance e relacionamento com cotistas), manter a custódia (guarda) dos ativos de clientes e também atuar na emissão e no controle de valores mobiliários como debêntures, certificados ou cotas de fundos. Essa abordagem integrada já levou a Vórtx a atingir uma presença significativa no mercado. Atualmente, seu ecossistema de serviços atende a mais de 300 fundos de investimento, que somam cerca de R$ 40 bilhões em patrimônio líquido, além de abranger a gestão fiduciária de emissões de dívida corporativa em mais de 5 mil séries de títulos, totalizando aproximadamente R$ 650 bilhões em operações estruturadas. Esses números demonstram como a Vórtx, mesmo sendo uma empresa relativamente jovem, já conquistou um papel de relevo, tornando-se responsável pela infraestrutura de operações financeiras de um grande volume de recursos e de diversos participantes do mercado.
Inovação e expansão das atividades da Vórtx
A Vórtx não se restringe às atividades tradicionais de uma DTVM e vem expandindo seu escopo de atuação por meio da inovação tecnológica e de novas licenças regulatórias. Um marco importante ocorreu em 2023, quando a empresa recebeu autorização do Banco Central para operar também como Sociedade de Crédito Direto (SCD) – uma modalidade de fintech de crédito regulada que permite a concessão de empréstimos com recursos próprios de forma 100% digital. Com a licença de SCD, a Vórtx ampliou seu leque de atuação para oferecer soluções de “credit as a service” (Crédito como Serviço), integrando ao seu portfólio infraestrutura de cobrança, originação de financiamentos, abertura de contas, pagamentos e até emissão de cartões de crédito para outras empresas que queiram atuar como provedoras de crédito. Como destacou Juliano Cornacchia, cofundador e CEO da Vórtx, ao comentar essa expansão de serviços de crédito: “As operações de securitização serão infinitamente mais rápidas e simples”– referência ao ganho de eficiência esperado ao integrar as diversas etapas do ciclo de crédito dentro de um único ecossistema.
Outra frente de inovação da Vórtx está na tokenização de ativos financeiros. A companhia foi pioneira ao criar uma joint-venture com a fintech QR Capital para atuar no sandbox regulatório da CVM (um ambiente experimental para inovações financeiras) por meio da Vórtx QR Tokenizadora. Essa iniciativa tem como objetivo viabilizar a emissão de tokens digitais lastreados em ativos tradicionais, como debêntures e cotas de fundos, trazendo a tecnologia de blockchain para o universo do mercado de capitais brasileiro de forma regulada. Nos últimos anos, a Vórtx também tem buscado expansão por meio de aquisições de outras empresas especializadas e de parcerias estratégicas, ampliando continuamente o escopo de seus serviços e a sua presença no mercado financeiro e de capitais brasileiro.
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Compreender o que é uma DTVM e como ela atua é essencial para quem deseja navegar no mercado financeiro brasileiro com conhecimento. As DTVMs, como vimos, são engrenagens cruciais que permitem a canalização de recursos dos investidores para os tomadores, sempre sob supervisão de órgãos reguladores, garantindo transparência e segurança nas transações. Nesse cenário, a Vórtx se destaca como um caso de sucesso e inovação no segmento. Além de cumprir o papel tradicional de uma distribuidora de títulos e valores mobiliários – conectando investidores a oportunidades de investimento – a empresa ampliou suas fronteiras de atuação, incorporando tecnologias de ponta e novas frentes de negócio que adicionam eficiência ao sistema financeiro. Com seu leque de serviços que vai da custódia à tokenização de ativos, passando pela estruturação de operações de crédito, a Vórtx exemplifica como uma DTVM pode evoluir e contribuir para um mercado de capitais mais dinâmico e inclusivo.
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